Parada Cardiorespiratória
Denomina-se parada cardiorrespiratória a interrupção súbita e inesperada da atividade mecânica ventricular útil e suficiente para manter o débito cardíaco, em indivíduos sem moléstias de fase terminal.
Nos portadores de doença grave, em fase terminal, a parada cardíaca nada mais é do que a conseqüência natural da evolução da doença.
A parada cardiorrespiratória (PCR) pode se apresentar nas seguintes formas:
fibrilação ventricular; taquicardia ventricular; assistolia ventricular; ritmo agônico ou dissociação eletromecânica.
fibrilação ventricular; taquicardia ventricular; assistolia ventricular; ritmo agônico ou dissociação eletromecânica.
Devemos chamar atenção que nos casos de choque podemos ter os mesmos sinais descritos acima porém os pulsos existem e são filiformes (pulsos finos), portanto não existe parada circulatória.
Infelizmente, o prognóstico de pacientes com PCR ainda é muito ruim; uma fração muito pequena de pacientes consegue ter alta hospitalar e levar uma vida produtiva. Acredita-se que parte do prognóstico ruim da PCR deva-se à inadequada técnica de RCP.
Em dezembro de 2005 a American Heart Association (AHA) divulgou as mais recentes diretrizes do suporte de vida (ressuscitação cardiopulmonar cerebral)
Novas diretrizes do suporte da vida
Massagem cardíaca
A massagem cardíaca é a manobra inicial e muitas vezes salvadora nos casos de parada cardíaca. Geralmente é realizada a tórax fechado como descrita por Kouwenhoven, um engenheiro do grupo de pesquisas do “John Hopkins University”em 1960, ou a tórax aberto em locais apropriados e executados por médicos.
1. Compressões Torácicas Eficazes
Na vigência de PCR não existe fluxo sangüíneo. As compressões torácicas produzem uma pequena quantidade de fluxo sanguíneo para órgãos vitais como coração e cérebro. Quanto melhores forem as compressões torácicas, melhor será o fluxo sangüíneo para esses órgãos.
RECOMENDAÇÃO: As compressões devem ser em uma freqüência de 100 por minuto, o socorrista deve fazer compressão forte, rápida e sem parar, de maneira que o tórax retorne a posição inicial antes de ser iniciada uma nova compressão. O tempo de compressão e relaxamento deve ser praticamente o mesmo. As compressões devem ter uma profundidade de aproximadamente 4 a 5 cm. O socorrista deve, ao máximo, evitar interrupções nas compressões torácicas.
2. Ventilação com duração de um segundo
2. Ventilação com duração de um segundo
Durante as manobras de ressuscitação o fluxo sanguíneo para os pulmões é muito menor que o normal, portanto, a vítima necessita de muito menos ventilação que o normal. As ventilações de resgate podem ser aplicadas com segurança por um segundo. Inclusive, devemos limitar o tempo empregado nas ventilações de resgate, pois elas promovem interrupção das compressões torácicas e também aumentam a pressão intratorácica diminuindo o retorno venoso para o coração e prejudicando a eficácia das manobras de reanimação.
RECOMENDAÇÃO: A ventilação deve durar um segundo e produzir elevação evidente do tórax. Os socorristas devem aplicar
o número recomendado de ventilações; nunca, porém, devem ultrapassar esse número ou então realizar ventilações prolongadas e/ou
forçadas.
o número recomendado de ventilações; nunca, porém, devem ultrapassar esse número ou então realizar ventilações prolongadas e/ou
forçadas.
3. Uma única relação – Compressão ventilação para Adultos
A ventilação, nos primeiros minutos de uma parada respiratória, parece desempenhar um papel secundário quando comparada às compressões torácicas.
RECOMENDAÇÃO: Realizar ciclos de compressão torácica-ventilação 30:2, ou seja, 30 compressões alternadas com 2 ventilações. Essa orientação aplica-se desde socorristas leigos até profissionais de saúde treinados em normas de ACLS e objetiva uniformizar o atendimento para todos os socorristas, facilitar a memorização, aumentar o número de compressões torácicas e diminuir o tempo de interrupções na massagem cardíaca.
Tão logo, quanto possível devemos enviar a vítima para uma unidade de ressuscitação e providenciar um eletrocardiograma para definir o ritmo cardíaco e proceder as demais manobrar de ressuscitação com cardioversão elétrica e equilíbrio ácido-básico, e utilização de farmacos de suporte como adrenalina e bicarbonato.
4. Aplicação de um choque seguido de RCP seguida
Mesmo quando a aplicação de um choque consegue reverter uma FV, demora-se alguns minutos para que o coração retome um ritmo cardíaco “normal” e mais tempo ainda para retomar um fluxo sanguíneo efetivo. Um período de compressões torácicas pode oferecer sangue e oxigênio para o coração, aumentando a probabilidade de que esse coração ofereça uma circulação eficaz.
RECOMENDAÇÃO: Os socorristas devem aplicar um choque e depois começar RCP imediata; a verificação da presença de pulso central após a desfibrilação foi abolida. O socorrista, depois do choque deve realizar 5 ciclos de RCP (2 minutos aproximadamente) e só então verificar sinais de circulação (movimentação, respiração e tosse) para os leigos ou presença de pulso central, para profissionais de saúde. Muito importante: se a duração da parada for maior que 4-5 minutos, o socorrista deve realizar 5 ciclos de compressão torácica e ventilação (1 ciclo: 30 compressões e 2 ventilações) mesmo que seja um fibrilação ventricular (FV)/taquicardia ventricular (TV) antes de desfibrilar.
A desfibrilação elétrica é a principal determinante na sobrevida dos pacientes com PCR por fibrilação ventricular (ritmo anárquico acelerado dos ventrículos, que só pode ser diagnosticado no eletrocardiograma – Traçado eletrocardiográfico abaixo).
A American Heart Association recomenda um choque inicial com carga de 200 J e, se não houver reversão, seguido imediatamente, de outros 2 choques 200 a 300 J e de 400 J. Se houver refratariedade deve-se fazer massagem cardíaca externa e ventilar, antes de novos choques. Pode-se usar adrenalina endovenosa.
Se a fibrilação ventricular for repetitiva, deve-se fazer a correção de hipopotassemia, hipomagnesemia e eventuais distúrbios do equilíbrio ácido-básico.
5. Medicações
O uso de um vasopressor durante o atendimento da parada se faz necessário, pois determina melhora do retorno venoso e da perfusão coronariana. As drogas a serem administradas inicialmente na PCR (FV/TV sem pulso, assistolia ou atividade elétrica sem pulso) são: adrenalina (epinefrina) e/ou a vasopressina.
•Adrenalina (EV) é de 1 mg a cada 3 a 5 minutos;
•Vasopressina: deve ser utilizada em única dose de 40 U.
•A Vasopressina pode ser utilizada em substituição à primeira ou segunda dose da adrenalina ou como droga inicial.
•Adrenalina (EV) é de 1 mg a cada 3 a 5 minutos;
•Vasopressina: deve ser utilizada em única dose de 40 U.
•A Vasopressina pode ser utilizada em substituição à primeira ou segunda dose da adrenalina ou como droga inicial.
A primeira droga antiarrítmica recomendada é amiodarona:
•Indicação: FV/TV que não reverte com a desfibrilação;Dose: 300 mg EV em bolus (5 mg/kg de peso), podendo ser repetida mais uma dose de 150 mg (2,5 mg/kg);
•Manutenção após retorno de ritmo com pulso: 1 mg por minuto por 6 horas e 0,5 mg por minuto por mais 18 horas.
•Máximo de 2,2 g em 24 horas.
•Manutenção após retorno de ritmo com pulso: 1 mg por minuto por 6 horas e 0,5 mg por minuto por mais 18 horas.
•Máximo de 2,2 g em 24 horas.
Complicações da Ressuscitação cardíaca
As complicações mais freqüentes das massagens cardíacas, especialmente nos idosos, são:
- fraturas de costelas
- afundamento de tórax
- pneumotórax, hemotórax e pneumomediastino
- tamponamento cardíaco [on line]
- contusão cardíaca [on line]
- afundamento de tórax
- pneumotórax, hemotórax e pneumomediastino
- tamponamento cardíaco [on line]
- contusão cardíaca [on line]
PROTOCOLOS E DIRETRIZES DE RESSUCITAÇAO – SVA: suporte de vida avançado
1. DIRETRIZ DE APOIO AO SUPORTE AVANÇADO DE VIDA EM CARDIOLOGIA
CÓDIGO AZUL – REGISTRO DE RESSUSCITAÇÃO –
NORMATIZAÇÃO DO CARRO DE EMERGÊNCIA
Coordenador de Diretrizes e Normatizações da SBC: Jorge Ilha Guimarães
INCLUI – Planilha de Registro de Ressuscitação Cardiopulmonar Intra-Hospitalar.
Editor: Sergio Timerman (SP) [ON LINE]
CÓDIGO AZUL – REGISTRO DE RESSUSCITAÇÃO –
NORMATIZAÇÃO DO CARRO DE EMERGÊNCIA
Coordenador de Diretrizes e Normatizações da SBC: Jorge Ilha Guimarães
INCLUI – Planilha de Registro de Ressuscitação Cardiopulmonar Intra-Hospitalar.
Editor: Sergio Timerman (SP) [ON LINE]
2. Consenso Nacional de Ressucitação Cardiorespiratória – 1996 [ON LINE]
3. Atualização em Reanimação Cardiopulmonar: O que Mudou com as Novas Diretrizes!
Revista Brasileira de Terapia Intensiva Vol. 18 Nº 2, Abril – Junho, 2006 [ON LINE]
Revista Brasileira de Terapia Intensiva Vol. 18 Nº 2, Abril – Junho, 2006 [ON LINE]
4. Normatização
Normatização dos Equipamentos e Técnicas da Reabilitação Cardiovascular Supervisionada
Editor: Claudio Gil Soares de Araújo [ON LINE]
Normatização dos Equipamentos e Técnicas da Reabilitação Cardiovascular Supervisionada
Editor: Claudio Gil Soares de Araújo [ON LINE]
Referências:
Advanced Life Support – American Heart Association: Circulation 2005; 112: IV-1-IV-211.
Bianco ACM, Timerman A – Parada cardíaca no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Revista da SOCESP set/out 2001 vol11. n.5:990-999.
Bianco ACM, Ramires JAF, Timerman A - /Clinicas Brasileiras de Terapia Intensiva. São Paulo: Editora Ateneu;1998.
ILCOR Members Organizations, Guidelines 2000 for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care, Circulation 2000; 102 (suppl-I):86-171.
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